sábado, 17 de novembro de 2012

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Origem Dos Bakongos


Índice

Ø  Introdução

Ø  Desenvolvimento
Ø  Parentesco e a Família

Ø  Poder e justiça
Ø  Actividades produtivas
Ø  A Habitação
Ø  Alimentação
Ø  Casamento e a sua Dissolução
Ø  A Educação
Ø  Vestuário e Adornos
Ø  A Doença e Morte
Ø  Conclusão
















INTRODUÇÃO:
Os kikongos pertencem á grande família linguística Bantu, que habita grande parte do continente, especificamente a região a sul do equador.
Nos primeiros anos da nossa era, povos conhecendo já a tecnologia do ferro e que habitavam a cintura savanica subsaariana operaram duas grandes migrações: uma contornando a floresta equatorial, avança até ás região dos grandes lagos, onde alguns se instalam, enquanto outros vão continuando essa progressão até ás regiões mais autrais do continente; a outra migração, descendo para sul, atravessa a floresta equatorial e vem espalhar-se pela bacia hidrográfica do Zaire e seus afluentes, onde, tendo encontrado boas condições para a pratica de agricultura, água, caça, pesca, e frutos, aí se instala; a está corrente migratória pertence o grupo Kikongo.



















Desenvolvimento
O grupo Kikongo é constituído por vários subgrupos: José Redinha apresenta  dezoito, entre outros de menor vulto, ao passo que Mesquitela Lima designa  somente  catorze, não se referindo aos Pumbos, Guenze, Paca, e Coje, citados pelo primeiro. No entanto, sabemos que cronistas antigos citaram uma série de nomes egionais hoje desaparecidos, os quais permitem faazer pensar na existência ultrapassada de outros subgrupos.
Quando os Kikongos atravessaram o rio Zaire, o Ne kongo e sua família, tendo encontrado uma óptima região para a pratica da agricultura, água abundante, caça e pesca, aí se instalam, vindo a chamar a essa região Kongo Dia Ntotela.
Ne kongo ( a partícula Ne constitui distintivo de nobreza), depois de se ter instalado, iniciou um movimento de conquistas nas diferentes direcções, sendo sempre bem sucedido. Quando se verificava a conquista de determinada região, Ne Kongo entrgava-a a um dos seu parentes, que aí ficava a governar. Esses chefes nas regiões conquistadas dependiam do Ne Kongo pela sua ascendência, mas não só. Quando algum se rebelava, era submetido pela força das armas.
Esta versão de tradição oral confirma curiosamente o longo processo de centralização do poder que os reis do Kongo conduziram aos feudos,que mantinham em relação a eles uma dependência muitas vezes periclitante. Tradições recolhidas por nós na região do tomboco pretendem que, paralelamente ás guerras de conquistas, alguns elementos da família de Ne Kongo, devido a descontentamento e outros problemas, emigraram do Kongo dia Ntotela para outras regiões; esta teria sido a situação que esteve na origem da deslocação de um grupode Kikongos para a região que é hoje a província de Cabinda.
Essa mesma tradição diz que o motivo desta partida foi um crime praticado por um dos elementos da família do Ne Nkongo – o mais corrente ouvir-se é que se tratou de um homicídio.  


 




O PARANTESCO E A FAMILIA

A organização do parentesco entre os kikongos assenta sobre duas instituições: o LUMBO e o KANDA. O Lumbo toma sempre o nome do seu fundador precedido do termo ki, que serve para situa-lo geograficamente ou referenciar a unidades constituídas por aquele e pelos seus descedentes; ao nome próprio seguem-se outras designações que possuem os significados mais diversos, mas servindo sempre para indentificar a personalidade do fundador, que é transmitida aos descendentes-são expressões com valor heráldico. Podemos encontrar. Por exemplo, o Lumbo Ki Ne Mpetelo Nkonfo, o NunY Ya Mpwena, Ki Ngombe Ka Tumga Mpaka, Ki Mbengi a Waku Wa Zola Wa Ngani, significado, respectivamente. Ki Ngombe a quem não se constroi curral, Ki Mbengi que prefere os outros não os seus.
Acreditamos que esses classificativos sejam adoptados quando se verifica ruptura num determinado Lumbu, pelo que o fundador, no novo agrupamento, necessita de se afirmar e de se destinguir dos demais.
Para encarar o problema da dinâmica dos Lumbos. Deveremos considera-los sob dois aspectos: Um dizendo respeito a sua formação por ruptura (Reprodução por Ruptura), tal como se depreende do que foi acima referido, e ouro (Reprodução Natural) significado a formação de Lumbus menores através de novais gerações. Os Lumbus resultantes da reprodução por ruptura tornaram-se independentes do Lumbu original e os Lumbos como já vimos, o termo  Lumbo  é utilizado para designar as descendentes de um homem por via patrinelear. Ao passo que o kanda é constituído pelos descendentes em via matrilinear, o que tem um grande reflexo no sistema de transmissão de herança e de poder. Por exemplo, em caso de morte do Mbuta Kanda ou Nfumu a Kanda, o poder sobre o Kanda nunca vai para os seus  filhos, mais sim pra os seus irmãos uterinos e, destes, para os filhos de sua irmã uterina  nunca para os seus filhos, pois esses pertecem ao outro Kanda.  Quando o poder chega ao nível dos filhos da sua irmã, geralmente já existe casamento entre uma das filhas do falecido e um dos seus fulhos; como se diz, pai-mulher é mesmo mulher.

PODER E JUSTIÇA

O conjunto de vários Lumbos, devido ao sistema de residência patrilocal, constitui uma vata, sendo esta chefiada pelo Mfumu-e-Vata, o qual representa o poder jurídico  de uma determinada Kanda. Entre os Lumbos constituientes da Vata existem laços de parentesco por filiação ou afinidade, sejam eles póximos ou distantes. A nível da Vata, para alem do mfumu, que pertence ao Kanda fundador, existe uma personagem designada soba ou Dukyi e outra que é chamada Boka. Ambos podem pertencer a qualquer Kanda presente na Vata, sendo designados em reunião do Mfumu-e-Vata e dos Mbanda-Banda ou Madukyi, que são velhos sábios representantes das diversas Kandas aí presente.
O Mfumu-e-Vata possui o poder sobre a terra: o soba ou Dukyi possui a função executiva, exercendo-a sob orientação do primeiro; e o Boka serve de porta-voz quer de um quer do outro. As decisões concernentes á comunidade são tomadas  por um conselho constituído pelo Mfumu-e-Vata, pelo soba Dukyi pelo Boka e pelos Mbanda-Banda ou Madukyi.
A escolha dos Mfumus é feita pelo Kanda dominante: contudo, este acto  de sucessão não é automático. O Kanda designa o sucessor mas esta nomeação é retificada pelo conselho de anciãos, que, em caso de não concordância, propõe a substituição do elemento indigitado. Sendo no entanto bastante raras essas situações. Acima das Ma Vatas surgem as Mbanza, que são o conjunto de algumas delas. Tem um chefe também chamado os julgamentos terminam com os »Doze  conselhos» sendo o primeiro a afirmação de que, apesar da vitoria, não deve a parte vencedora exceder-se, porque pode cair   erro.

AS ACTIVIDADES PRODUTIVAS

As actividade principal desenvolvida pelos os Kikongos é a agricultura, sendo complementada pela pesca, pela caça, pela criação de animais e pelo artesanato. O comércio é praticado a dois nives, um local e outro inter-regional ou longa distancia, feito pelos Mi Nkitti, principalmente entre o litoral (Mbala) e o interior, para a permuta de sal e peixe do mar por tecidos, peixe das lagoas e carne de fumada. Os centros de troca são os Ma Zandu, isto é, feiras em determinados dias de semana.
A existência de um comércio de longa distância é nos atestada por alguns contos e canções por nós recolhidas.
Eis uma delas:

`` Ó sapo, ó sapo…
Ó sapo vamos para o litoral, vamos negociar sal…
Não vou para o litoral tenho o pescoço a doer,
O problema não é pescoço, são os morros.
O problema não são os morros, são os rios.
O problema não são os rios, são os crocodilos,
ai pai, ai mãe…``

Encontramos nos contos recolhidos alusões a alguns Ba Zombo, o que, para além de atestar o comércio já referido, vem afirmar ser o subgrupo Kikongo em causa muito dedicado ao comércio, confirmando-se assim aquilo que alguns autores já expressaram a seu respeito.









A HABITAÇÃO
A habitação Kikongo apresenta geralmente uma planta rectangular, podendo ser constituída  por ou dois compartimentos. Quando possui dois, um é o quarto do casal e o outro é uma antecâmara  onde dormem os filhos enquanto pequenos pois, as raparigas, quando atingem a puberdade, passam normalmente a dormir em casa de uma avô que não tenha marido e os rapazes dormem na Kibanga.
A Kibanga é uma casa grande construída pelos jovens com ajuda de membros adultos da comunidade e onde, á noite, jovens e velhos reúnem serão. Aí se narram contos e se propõem advinhas e outros géneros literários como forma de transmissão dos usos e costumes e como, tal da moral social.
As paredes das casas são feitas de algumas espécies de capim em faixas sobrepostas, de bordão seccionado longitudinalmente ou de placas de papiro. Na construção das casas com este material, faz-se primeiro o esqueleto com paus resistentes, que no fim são colocados no lugar devido. O tecto é construído por duas alas e confeccionado no chão; depois de colocado, é reforçado por uma camada de capim, tal como um esqueleto de paus que depois é enchido com pequenas pedras, sendo posteriormente barrado: são as conhecidas casas de pau-a-pique.

ALIMENTAÇÃO
O período de eleitamento da criança é prolongada, podendo atingir, as vezes, dois anos. Porem, logo que criança tenha atingido dois meses começa a ser alimentada com Kasilu, o nome dado a qualquer alimento que depois de mastigado pela mãe é depositado na mão ou na parte frontal da perna, onde ela o vai retirando para lho dar.
Entre os Kikongos só existe duas refeições.  A matinal chama-se Kulumuna Nsima e a segunda chama-se Nlekeku.
Na alimentação deste grupo, a mandioca oucupa o lugar mais importante, servindo servindo para confecção de Fwadi, Bala e Ntondo. A Bala é constituída por mandioca em fatias que foi posta a secar no tecto da casa ou num telheiro. O Ntondo é constituído por mandioca que, depois passar alguns dias em água, é comida assada; caso tenha sido posta para secar, serve para fazer fuba, sendo conhecido por Makesu. O Fwadi é constituído por mandioca que, depois de ter ganhado bolor, foi posta a secar, sendo comido cozido ou assado.
A refeição matinal é constituída por Bala, Ntondo,fwadi, Mandioca ou batata-doce, acompahadas de ginguba, carne assada, peixe ou restos da refeição vespertina.
A segunda refeição é normalmente constituída por Ndiba, tabem chamado Luku (Funji), acompanhado por Nzogi, cujo preparo varia em alguns condimentos.

O CASAMENTO E A SUA DISSOLUÇÃO
Quando o jovem se acha na idade construir uma família, dirige-se aos pais, a quem apresenta a questão. Estes analisam então a sua capacidade para a gestão de um lar. Caso cheguem a conclusão de que o filho se encontra apto para tal, coçam a verificar qual das moças do povo ou das redodenzas poderá vir a servir de esposa ao filho. Note-se que a escolha da futura nora só pode recair entre as filhas das famílias com as quais tem boas relações. Depois de escolhida a moça, os pais do rapaz, acompanhados de outros familiares (principalmente tios), dirigem-se, apos aviso prévio, a casa dos pais da rapariga, levando sangas de Malavu, e apresentam a questão. Os pais da pretendida agradecem os visitantes, pedindo-lhes que regressem no dia imediato.
Em casa da jovem, os pais chamam-na e põem-lhe a questão, perguntando-lhe se ela está de acordo. Caso não esteja, os pais argumentam, mostrando-lhe as qualidades morais e matérias do pretendente; contudo, se a negativa se mantém eles ameaçam-na chegando a afirmar-lhe que, se não aceitar aquele indivíduo, não terá outro.
Posta assim a questão, se a rapariga não pretende de maneira nenhuma ser mulher daquele indivíduo, só lhe resta defender-se com a ameaça de desaparecimento.
Quando se chega a esse extremo, os pais normalmente acabam por condescender. Se, pelo contrario, os pais da rapariga não querem o pretendente para genro, embora ela o queira, induzem-na a afirmar que o não aceita.

A EDUCAÇÃO
O desenvolvimento físico da criança oucupa um lugar importante nos primeiros anos da sua vida por isso a pratica de diversos jogos e brincadeiras que lhe permitem um crescimento harmonioso.
No período compreendido desde o nascimento até mais ou menos aos sete anos, a criança é cuidada quase exclusivamente pela mãe. Durante esse período as crianças vão-se aperfeiçoando no domínio da língua, não se notando qualquer diferença no sistema de educação da criança de sexos diferentes.
   Dos sete aos dez anos, sensivelmente, cumpre-se  uma nova etapa da educação da criança: é durante este período que a criança começa a desenvolver determinadas actividades produtivas, é ela que cuida dos irmãos mais novos enquanto a mãe se encontra ausente. Rapazes e raparigas desenvolvem tarefas em comum, tais como ir á água, descascar ginguba, mais já se começa a delinear uma certa divisão do trabalho de acordo com o sexo. A rapariga começa a dedicar-se  a actividades domesticas, tais como a preparação de fuba, enquanto os rapazes dedicam á manufactura de pequenos objectos de bordão. Verga ou outro matterial qualquer.
A partir dos doze anos as crianças  começam a ser adestradas na pratica de actividades produtivas compatíveis com o seu sexo: as raparigas vão á lavra com as respectivas mães e aí se iniciam no cultivo da terra e outros trabalhos afins, enquanto os respectivos pais começam a ensinar os rapazes a fazer armadilhas para caça.


VESTUARIO E ADORNOS
De uma forma gera, podemos dizer que as pessoas se vestiam outrora de acordo com a classe etária a que pertenciam em ultima estancia de acordo com a sua posição na sociedade assim a criança até aos 7 anos sensivelmente andava geralmente nua, na segunda etapa da sua educação que ia dos 7 aos 12 anos mais ou menos começa usar um cordão tendo preso ao centro um pequeno pedaço de tecido chamado Temba ou Tembe, por ser já usado é que lhe servia para lhe tapar o sexo. Este conjunto era também usado pelas mulheres durante o período menstrual com o nome Nlaba.
Dos 12 aos 16 anos mais ou menos usava-se normalmente uma espécie de saiote de fibras de embondeiro Mpunga (Ráfia) ou Nsiki. As raparigas com a idade referida usavam, alem do saiote um cordão ao peito, tendo pendurando na parte frontal, a tapar os seios, fibras vegetais. Os homens a partir desta idade começavam a usar um cordão de animal, passado transversalmente sobre o peito e sobre as costas, e um cinto de pele de animal onde ficava pendurada uma bainha de Zo para guardar um tipo de catana de nome Mpata, alem de uma bolça de coro chamada Nona onde guardavam objectos que não devessem apanhar chuva tais como a pega e a Fula (Fula é uma espécie de estopa extraída dos ramos secos de palmeiras, que servia para fazer fogo.      

Doença e a Morte
Entre os Kikongos consideram dois tipos de doença: a causada em enfeitiçamento e a doença natural. A primeira encontra a sua eliminação através dos Mi Nkisi, que são constituídos por uma serie  artigo. Desde os planetas aromáticas até aos ossos unhas e dentes de diversos animais, e pela invocação de espírito. Este tipo de doença só pode ser curada por Nganga, que é o detentor  dos já referidos Nkisi. As doenças consideradas natural são curadas com recursos a ervas, raízes e folhas de plantas, sendo o tratamento ministrado por qualquer individuo conhecedor da terapêutica exigida pelo Nganga.






CONCLUSÃO:
Concluí-se que os kikongos pertencem á grande família linguística Bantu, que habita grande parte do continente, especificamente a região a sul do equador. Em Angola, os kikongos estão nas províncias de Cabinda, Zaire, Uíge, na parte noroeste da província de Luanda e no noroeste da província da Lunda-Norte, numa faixa junto ao rio Kwango.

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